Skip navigation (Press enter)

“A Diferença entre a FURIA e os outros time é a experiência”: a FURIA mira em outra temporada internacional

O coach da FURIA Esports analisa a temporada do seu time e foca em como o seu time progrediu nesse ano.

É justo dizer que a FURIA Esports montou um dos times de maior regularidade no Siege a partir das cinzas de um dos times mais fracos da região. Após sobreviverem à relegation em 2020, o time viveu como estrelas do rock no Siege, competindo em todos os eventos internacionais que ocorreram no ano passado.

O projeto foi sempre liderado pelo experiente coach Marlos “Twister” Mello, que dispensa apresentações a essa altura do campeonato. Sua personalidade, táticas e conselhos o elevou como o paizão do time, uma figura necessária em um time tão jovem.

Mas, esse time ainda é tão jovem, inexperiente e inocente? A resposta é não, mas ainda há um longo caminho pela frente. Twister acredita que a experiência é inestimável, especialmente em uma região com núcleos que estão juntos por anos. O coach da FURIA conversou sobre a temporada do time em entrevista ao SiegeGG.

“Sim, nós somos um time muito jovem, os jogadores não estavam acostumados com essa pressão. Eu acredito que isso cria um desafio ainda maior, mas nada que mais treinos não resolva, eu acredito.”

“A diferença entre a FURIA e os outros times é a experiência, eles têm núcleos muito experientes, eles todos têm jogadores que já passaram por muita coisa, perderam muitas partidas, campeonatos, e aprenderam muito com isso, é por isso que eu não espero tanto do meu time por enquanto, eu não posso pedir muito deles, porque eu acredito que nós temos que perder para pegar experiência e melhorar mais desse jeito. Para um primeiro ano nós tivemos um ano muito bom comparado com o resto. ”

Com isso em mente, não é justo comparar a FURIA com o resto dos times brasileiros que estão no topo. Os talentos e os prodígios precisam de mais tempo, mais experiência, para alcançar os oponentes. Apesar do time ter melhorado, eles ainda precisam enfrentar mais desafios.

A campanha de 2020 da FURIA Esports é o exato oposto do que nós vimos em 2021. De jogar para manter a vaga no BR6, à competir em alguns dos maiores eventos que esse esport já viu. De repente, o time estava enfrentando alguns dos maiores times do cenário. Um ano se passou e a FURIA está à caminho do seu segundo Six Invitational.

O time pegou um bom ritmo desde a sua estreia internacional. Os meninos finalmente interiorizaram as táticas e o estilo de jogo necessário para competir na elite junto com suas habilidades mecânicas.

De fato, os prodígios Rennan “R4re” Vitor e Diogo “Fntzy” Lima, que se juntou ao time pouco antes do Six Invitational 2021, são os melhores exemplos disso. Os dois são no momento uns dos melhores jogadores em suas posições, com Fntzy tendo roubado a cena no Terceiro Turno do Brasileirão.

Assim como no futebol, um esporte onde quem marca os gols levam toda a glória e honras individuais, os fraggers no Siege ofuscam o trabalho que é feito na linha de frente. O excelente embalo do Fntzy escondeu o progresso do R4re, e o coach deles quis lidar com isso.

Twister disse: “As pessoas não falam muito sobre ele [R4re], mas ele era quem mais importava em melhorar. Fez toda a diferença. Ele quer vencer e ele contagia o resto do time com essa energia. Sobre o Fntzy, vocês conhecem ele, como entry fragger é fácil aparecer, ele é uma pessoa tão boa e um bom jogador ele tenta aprender tudo, e no final do ano vocês viram o quanto isso o ajudou a melhorar, eu acredito que esse ano ele vai ser ainda melhor.”

A melhor versão do Fntzy foi a vista do terceiro turno, quebrando recordes e conquistando ratings que nenhum outro jogador conseguiu no passado. De acordo com Twister, isso foi por conta dos jogadores que foram aos poucos melhorando e interiorizando os conceitos do jogo. O Siege é mais que frags, e não é a primeira vez que um jogador ou coach fala sobre como os jogadores da Série B sofrem em termos de conhecimento de jogo e calls na temporada de estreia na elite.

O Brasil esteve no topo do Siege este ano, com a região levando todos os títulos internacionais nesta temporada. A FURIA foi o time mais próximo dos campeões internacionais brasileiros, mas seus resultados contra eles não são nada agradáveis.

Um dos principais problemas da FURIA é a consistência contra os quatro times do topo do Brasil. O time ainda não conseguiu demonstrar de forma convincente uma dominância contra adversários diretos, tendo vencido apenas 6 das 21 partidas jogadas contra eles ao longo da temporada – que iria para 6 de 25 caso levássemos em conta as partidas do SI 2021.

No entanto, o Twister não está preocupado com isso.

Twister disse: "Você não pode vencer todas as partidas, mas nós vencemos quando precisamos. Nós vencemos contra a NiP no primeiro turno quando precisávamos de confiança; nós vencemos a Liquid quando precisávamos garantir uma vaga no Major na Elite Six; nós vencemos a FaZe quando nós nunca tínhamos vencido eles antes e precisávamos de confiança. ”

Como se isso não fosse o bastante, o time venceu apenas duas séries em MD3 nessa temporada, a última contra a Black Dragons (20, em 24 de Julho). Isso significa um aproveitamento de 25% em partidas desse tipo, seguido de quatro derrotas no Brasil e mais duas em competições internacionais, ambas contra a Team BDS.

Twister disse: “Em MD3 você precisa ser mais criativo, adaptar, melhorar contra outros estilos de jogo, eu acredito que você precisa estar pronto para melhorar dentro da partida. Nós estamos tentando treinar mais e melhorar nisso para isso mudar nas próximas partidas.”

O coach também falou sobre a performance do time na Suécia, que não foi das melhores. O time fez um bootcamp antes do evento, e ainda teve a chance de conversar diretamente com o elenco de CS:GO da organização. O time se sentia mais preparado do que nunca, mas as coisas não foram como o esperado. Após uma vitória apertada contra a SSG, Twister admitiu que “o time estava em um nível de confiança que não era apropriado para a partida contra a DWG, nós achávamos que o jogo não seria tão difícil quanto contra a SSG, e isso foi um problema. Depois de perder um jogo desses você precisa ter uma partida consistente para zerar e voltar com tudo.”

Isso é certamente, um dos erros que um elenco tão jovem deve, com o tempo, mudar. No entanto, quanto tempo o time precisa? Após um ótimo primeiro ano no internacional com o “ time talentoso, jovem e cheio de prodígios", talvez seja o momento do time finalmente se sobressair.

Agora, a FURIA Esports vai em direção a um novo ano. Um novo ano de conhecimentos, experiências, e talvez com mais experiências internacionais. Tudo isso depende dos jogadores agora.

SiegeGG is supported by its audience. When you purchase through links on our site, we may earn an affiliate commission. Learn more about how readers support SiegeGG.