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Trabalhar no meio dos melhores força você ser melhor": Lições da FURIA em experiências regionais e internacionais antes do México

De últimos colocados em 2020 para o SI2021 e o Major do México, a FURIA chegou longe. O SiegeGG conversou com o coach, Twister, antes da participação do seu time no Major.

Depois de mais de um ano sem nenhum evento presencial, a comunidade inteira do Siege ficou ansiosa para Maio de 2021, quando os melhores jogadores finalmente se reuniram em Paris para competir no Six Invitational 2021;

Mas para os fãs da FURIA, isso foi mais que apenas um retorno a eventos internacionais. Também foi uma oportunidade para ver times que se reergueram do caos em 2020 , terem sua estréia internacional, com a FURIA sendo um caso peculiar.

Após garantirem uma vaga para competir no BR6 de 2020, a FURIA fez a sua estréia na elite com um elenco cheio de jogadores inexperientes porém promissores. Mas experiência não faltou para o time, com passagens pela Black Dragons, Ninja in Pyjamas e FaZe Clan o coach Marlon “Twister” Mello estava pronto para ajudá-los.

“Eu sou um coach experiente, eu sempre sei o que eu quero do meu time já que tive que lidar com vários estilos de jogo. Minha experiência dá confiança a eles, é como ser o pai do time”, disse Twister sobre seu papel.

Twister quando era coach da FaZe Clan no Major de Raleigh em 2019.

A FURIA teve uma estréia pra se esquecer. Após um primeiro turno sem vitórias, eles não conseguiram reragir a tempo e tiveram que  jogar a relegation para evitar serem rebaixados.

Pouco antes da partida crucial, o time decidiu dropar Renan “fredQx” Lucas e manter Victor “Bersa” Hugo, decisão que foi questionada.  Em números, o fredQx vinha sendo o melhor jogador do time com um rating de 0.96 enquanto Bersa era o jogador com menor rating do time com apenas 0.76.

A mudança arriscada deu certo. A FURIA venceu a partida de relegation e, após meses de lutas no Brasileirão, até conseguiram garantir uma vaga para competir no Six Invitational 2021.

“O meu trabalho e o trabalho do Bernardo [coach de performance da FURIA no CS:GO] foi a chave para o nosso sucesso. Nós conseguimos fazer os jogadores trabalharem juntos, controlar as emoções e lidar com problemas”, ele explica. 

Mas a FURIA não estava satisfeita com o status quo, escolhendo dropar Victor “Bersa” Hugo logo após a saída de após Daniel “Novys” Novy agora no time mexicano da Atheris. Chegando prar enfrentar o desafio na elite vieram dois jogadores da Academy da FURIA no entanto, Diogo “Fntzy” Lima e Rennan “R4re” Silva,  com nenhum dos dois tendo nenhuma experiência na elite até então.

“Eles são os jogadores mais jovens no time mas eles foram fantásticos até agora,” disse Twister sobre as suas performances. “Eles estavam preocupados no começo da season, mas eles foram muit bem. Eles são uns dos melhores da liga em suas funções, talvez até uns dos melhores do mundo”.

As estatísticas comprovam a fala de Twister, com o Miracle estando empatado em primeiro lugar na 2ª etapa do BR6 de 2021 em números de clutches, e R4re também empatado em primeiro em números de plants de defuser. Miracle também teve o oitavo maior rating da 2ª etapa, com Fntzy completando o Top 10 da liga.

“O R4re tem mais plants que alguns veteranos, enquanto o Fntzy teve grande impacto com a sua confiança e comunicação”, ele acrescenta.

Com dois novatos juntos com o núcleo inicial vindo da Challenger League composto por Gabriel “h1ghs” Pacheco e Luiz “Miracle” Abrantes, liderados pelo capitão Thiago “LENDA” Torres e treinados pelo experiente Twister,uma nova FURIA nasceu.

“Eu acredito que somos o futuro do Brasil”, ele diz. “Nós trabalhamos diferente dos outros times, nós temos um plano a longo prazo, nós queremos evoluir e criar um grupo grande. Nesse momento, nós não somos o time que nós queremos ser, nós estamos aprendendo”, ele explica. 

Após um Top 3 de times brasileiros no Six Invitational, poucos podem discordar do título de 'melhor região' vai para o BR6. E enfrentar esses times quase semanalmente ajuda a aumentar cada vez mais a força dos times do BR6, com a FURIA não sendo exceção.

“Eu acredito que o Brasil vem sendo a melhor região já faz algum tempo, mas nós não tinhamos o mindset certo, o que fazia os times perderem”, comenta Twister. “Trabalhar no meio dos melhores força você ser melhor”.

A FURIA vem a passos largos apesar de alguns deslizes no meio do caminho.

O Six Invitational 2021 foi a primeira aparição internacional da FURIA. (Photo: Ubisoft/Joao Ferreira) 

O time terminou em quarto lugar na 1ª etapa  do BR6 2021 mas não conseguiu impressionar na Copa Elite Six, perdendo para a FaZe Clan, Ninjas in Pyjamas e para os mexicanos da Atheris. Mas, pelo menos olhando para trás, Twister está otimista em relação às derrotas.

“Apesar dos resultados, eu acho que nós jogamos bem. Os placares foram sempre apertados, três derrotas por 7-5 para a NiP, FazE Clan e Atheris... foi uma questão de experiência e mentalidade. Nos ensinou a controlar os nossos pensamentos”, ele explicou.

Imediatamente depois, a FURIA levou essas lições adiante para a sua estréia internacional no Six Invitational 2021. Onde, após uma grande vitória por 2-0 contra a DarkZero Esports nos playoffs, a FURIA se viu com um mapa de vantagem sobre a BDS. Mas as coisas não deram certo após aquela vitória em Oregon.

“Nós perdemos alguns rouds chave no Clube, o segundo mapa”, ele explicou. “E então os jogadores focaram cansados e a BDS explorou nossas fraquezas, era tudo sobre mentalidade. Não era a nossa vez de vencer o jogo”.

Em geral, a sede por experiência é o que define a FURIA. O time tem em mãos alguns dos talentos mais jovens do Brasil e muita experiência disponível. Nada é perdido, diz Twister, com a FURIA seguindo a aprender com seus erros, se acostumando com a pressão e trabalhando no mental e na adaptação. “Experiência é algo muito importante”, concluiu Twister.

De acordo com Twister, a inexperiência do time no começo do projeto foi a razão para a falta de entry-kills, já que os jogadores não tinham tanto conhecimento de como entrar "com tudo no mapa e achar kills traiçoeiras". Esses números ficaram ainda piores na 2ª etapa com o foco do time mudando para garantir o plant do desativador.

Os números de entri kills da FURIA Esports na Segunda Etapa do Brasileirão em comparação com os seus oponentes.

Isso pode se tornar um problema, já que a FURIA divide um grupo do Major do México com a Spacetaration Gaming (SSG) e com a Natus Vincere (Na’Vi). Os dois times possuem dois dos melhores jogadores em termos de opening-kills, Jack “Doki” Robertson (Na’Vi) e MAtthew “Hotandcold” Stevens (SSG), e vão procurar abusar de suas forças. A APAC não está sendo representada no Grupo B após a Knights anunciar que não poderá participar do evento por conta das restrições de viagem impostas pela Austrália.

Twister até elogiou o jogador americano,  considerando que ele teve “um grande impacto na SSG, provendo eles com opening-kills e frags”.

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A FURIA terá que enfrentar dois dos times mais em forma do mundo logo na fase de grupos. Com a SSG terminando a 2ª etapa da NAL com impressionantes 7-0-1-0, e a Na’Vi terminou em terceiro lugar na EUL.

“O problema de enfrenar a SSG vai ser a experiência deles, vai ser um trabalho árduo”, explicou Twister. “Sobre a Na’Vi, eu acredito que as pessoas estão subestimando nós e o nosso grupo, nós dois somos bons o suficiente para fazer o Grupo B o Grupo da Morte”.

O Major do México usará um formato diferente, os times irão se enfrentar duas vezes em MD1 na fase de grupos. Twister é a favor dessa mudança, já que ele acredita que “é assim que os grupos sempre devem ser no Siege”, com os seeds garantindo apenas um time de cada região em cada grupo. 

Agora, após um quint lugar no BR6 e uma aparição em semi finais da Copa Elite Six, o time parece pronto para dar outro passo adiante.

“Nós queremos vencer o torneio”, ele diz. “É um passo que nós estamos prontos para dar, ser campeões”   

Veja a FURIA na abertura do Major do México contra a Spacestation Gaming, que poderá ser assistido no canal principal do Rainbow6 na Twitch no dia 17 de agosto às 19:30 horário de Brasília.

 

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