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Team oNe processada pelos jogadores por mais de R$500.000

Após o anúncio do elenco da sua saída da Team oNe semana passada, novos detalhes vieram à tona sobre a separação e a batalha judicial que a rodeia.

Após a chegada estrondosa no cenário ano passado, o jovem elenco da Team oNe eSports de repente anunciou a sua saída da organização nesta semana após um terceiro e depois um oitavo lugar na Pro League e a participação em dois Minors diferentes. Agora, graças à uma reportagem feita pela ESPN Brasil, detalhes sobre o que causou a saída vieram à tona.

Alegações dos jogadores

Os jogadores da Team oNe alegam que a organização atualmente deve um total de 200 mil Reais entre salários atrasados, FGTS e premiações desde que os jogadores foram contratados pelo time em Novembro de 2018, incluindo premiações referentes às vitórias na Challenger League Season 9 e BR6 Série B e também o valor referente à Pro League Season 10.

Junto com isso, os jogadores trouxeram várias reclamações sobre a gaming house do time em São Paulo, alegando:

  • Quando eles inicialmente assinaram o contrato, o ambiente de trabalho deles seria como uma “garagem fechada e cheia de mofo”.
  • Falta de conexão adequada à internet e falta de alimentação suficiente.
  • A casa de aproximadamente 250 metros quadrados abrigava 16 pessoas entre apenas três quartos. Isso incluía sete¨entre jogadores e membros do staff de R6, dois managers, dois jogadores de LoL e o time feminino de CS:GO.
  • O calor intenso os levou a pararem treinos devido à dores de cabeça excessivas.
  • A organização alocou os seus times de CS no mesmo espaço de bootcamp que o time de R6 sem aviso prévio.

Os problemas foram supostamente a principal razão que levou um dos principais jogadores do time, Luiz “SKaDinha” Salgado, à sair do time em Novembro do ano passado.

Acima: o Twitlonger de SKaDinha sobre a sua saída do time onde ele diz que: “os motivos foram muitos mas, o principal foi não me acostumar com a rotina imposta

Alegações da Team oNe

Em resposta à essas alegações, o CEO da Team oNe, Alexandre “Kakavel” Peres disse o seguinte:

A Team oNe, buscando apoiar o desenvolvimento dos atletas, em alinhamento com eles, custeou três viagens em menos de um ano, que custaram aproximadamente R$ 180 mil para a empresa. Para tanto, houve replanejamento do pagamento das referidas premiações, sempre com total concordância dos players.

Se referindo às viagens do time para a DreamHack Valencia 2019, o Allied Minor e um bootcamp mais cedo nesse ano, os dois últimos ambos sendo em Las Vegas. Isso implica que os jogadores concordaram em um atraso nos pagamentos das premiações em dinheiro desses eventos devido ao custo para a organização referentes às viagens.

Além disso, se referindo às acomodações, Kakavel relatou o seguinte:

A Team oNe funciona em sistema de gaming office. Portanto, os atletas são contratados para prestar seus serviços como players profissionais e recebem junto à sua remuneração os valores referentes à ajuda de custo para que possam pagar suas despesas, como aluguel, deslocamento e alimentação. Qualquer condição em que se encontrem as residências dos atletas da Team oNe não é responsabilidade da organização.

Eles então, dizem que a falta de comida, espaço e conexão à internet nas acomodações da Team oNe se deve ao fato dos jogadores alugarem um espaço inadequado e não era culpa da Team oNe. Criando assim uma situação de a palavra de um contra a do outro, por isso a necessidade de advogados.

Pouco antes da publicação dessas informações na manhã de Sábado, a organização soltou no twitter a seguinte nota:

A batalha jurídica

Devido aos problemas citados, os jogadores da Team oNe decidiram se desligar da organização. O problema, no entanto, é que isso os fazem ter que pagar uma multa de R$81.000 por jogador para a rescisão do contrato, dinheiro que os jogadores simplesmente não possuem. Devido a isso, eles começaram uma batalha jurídica que busca provar que a Team oNe cometeu infrações de direitos trabalhistas o que então rescindiria imediatamente todos os contratos e os jogadores poderiam se desligar da org sem a necessidade do pagamento da multa.

Os documentos acessados pela ESPN Esports Brasil entram em detalhes sobre as cobranças feitas pela defesa de cada um dos cinco jogadores e dois membros do staff técnico:

A court file accessed by went into detail about the charges claimed by the defence for each of the five players and two coaching staff:

  • R$24,111 por jogador e membro do staff em salários.
  • R$16,991 por jogador em premiações não pagas. 
  • R$22,500 por jogador por danos morais devido à “insatisfação sobre suas condições de trabalho”.

Isso totaliza um valor de R$445.214 para os sete membros do time. Junto com isso, o jogador mais novo do time Felipe “FelipoX” De Lucia também processou em virtude de um contrato, ao invés de dois dos outros membros, aumentando o valor, no entanto, em quanto não é claro.

Resposta

A Ubisoft Brasil respondeu ao anúncio com o seguinte comunicado referente à situação da Team oNe ignorando o processo jurídico e dizendo que: 

A nova organização que assinar com os jogadores DEVE ATENDER as diretrizes da desenvolvedora, provando estabilidade financeira, estrutura e condições necessárias para que os atletas continuem desempenhando seu trabalho no mais alto nível. Acreditamos que a alta performance depende de um ecossistema justo e sustentável para todos os jogadores profissionais que estão no cenário.

O caso é muito parecido com o do time da Challenger League Norte Americana, Pittsburgh Embers (que você pode ler em detalhes aqui) onde, devido aos jogadores estarem presos em um contrato que os deixariam sem pagamentos, o elenco tentou se desligar da Embers apenas para serem bloqueados pela organização que insistiu que eles ainda estavam sob contrato com eles. Apesar de que provavelmente a Embers estava legalmente correta, eles não tinham o poder de levar o caso para as cortes, especialmente pelo fato dos jogadores serem de diversos estados diferentes. Nesse caso, porém, temos ambos os jogadores e organização dispostos à levar isso para o tribunal, criando possivelmente o primeiro caso do tipo nos esports do R6.

A line inicial da Team oNe

Por enquanto, o elenco ex-Team oNe possui uma vaga no BR6 de 2020 que vai servir de substituto à Pro League da região e vão assim procurar uma nova organização para representar enquanto o processo se desenvolve. Fique atualizado sobre o desenrolara e sobre futuras transferências aqui no SiegeGG!

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