"Sem [as mudanças] nós não iríamos progredir": a consistência da FURIA se mantém apesar da mudança no elenco

Imagem via Ubisoft/@itsmeERROR

Chegando na última semana do Brasileirão em nono lugar na tabela, as chances de classificação para a Copa Elite Six da FURIA Esports eram bem pequenas. Mas apenas três dias depois, os panteras decolaram para a quarta colocação após três vitórias consecutivas, conquistando assim uma vaga na Copa Elite Six e pouco depois, no Major de Charlotte.

Apesar da situação parecer crítica olhando de fora, a equipe sabia do seu potencial. “Nós só jogamos o nosso jogo, nós tínhamos um bom mindset,” explicou Luiz “Miracle” Abrantes.

Consistência é a chave. Pode parecer clichê, mas o ritmo da FURIA sempre se manteve na mesma linha. O Brasil é uma região muito disputada e cheia de não apenas os elencos mais experientes mas também da mais promissora juventude, o que faz do Brasileirão talvez a liga regional mais difícil no cenário. No entanto, apesar de não se destacarem muito, os panteras sempre conseguem sobreviver nessa selva.

Como resultado dessa consistência, a FURIA Esports competiu em todos os eventos internacionais do Siege desde Maio de 2021, conseguindo passar por todas as fases de grupo com exceção do Major da Suécia, quando o time caiu em um grupo com DWG KIA, Spacestation Gaming e a Team Empire.

Todos esses resultados, situações e experiências forjaram o núcleo da FURIA Esports. No entanto, apesar da consistência do time e classificações internacionais, o elenco fez  duas mudanças, com Thiago “handy” Sá Ferreira e Willian “Stk” da Costa se juntando ao elenco.

Porquê as mudanças se o elenco estava funcionando? Bom, o time havia atingido o limite. Classificações internacionais e eliminações precoces em playoffs eram o máximo que o time conseguia produzir. O time tinha que arrumar soluções em algum momento, e isso significou mudanças.

“As mudanças foram feitas pensando que o time que nós éramos até então era o máximo que iríamos conseguir ir, sem isso [as mudanças] nós não iríamos progredir dos lugares que nós estávamos chegando em Majors e em Six Invitationals, ” explicou Miracle.

“Eles são bons jogadores, LENDA e highs, eu sou muito amigo deles, então as mudanças foram feitas pensando nisso, eles são bons jogadores mas nós precisávamos de ótimos jogadores, nós miramos em algo maior, ser campeões, nós achamos que não chegaríamos lá com aquele time,” ele conclui.

O começo da temporada da FURIA Esports foi muito questionável, conseguindo apenas um ponto nas três primeiras partidas. Para Miracle, foi apenas um problema de pressão. “[Os] dois novos jogadores estavam tentando se provar, R4re, Fntzy e eu também estávamos tentando nos provar porquê ficamos no time, nós estávamos colocando muita pressão [em nós mesmos].”

Quando o time descobriu o que estava acontecendo, e após se entenderem, a consistência da FURIA Esports voltou. O time venceu cinco das últimas seis partidas, incluindo vitórias no overtime máximo contra a Ninjas in Pyjamas e contra a FaZe Clan.

Na Copa Elite Six, era sobre sobreviver para os elencos da América do Sul e México, o que não foi uma tarefa fácil para a FURIA. Na última partida para garantir uma vaga para Charlotte, o time sofreu contra os argentinos da Pampas, com eles vencendo os brasileiros em Clube por 7-2.

“Nós não conseguimos lidar com a agressividade deles, nós não estávamos jogando o nosso jogo. No segundo mapa, nós voltamos, jogamos o nosso jogo. Não tínhamos nada a perder. No Parque Temático, nós apenas estávamos confiantes que iríamos vencer,” disse Miracle.

A FURIA Esports agora vai para Charlotte como um dos elencos mais experientes, mas ao mesmo tempo tentando achar o Siege do time. “Eu acredito [que experiência] vai ser muito importante, porque nós aprendemos muito nos últimos campeonatos, nós vamos mostrar os meninos [que] não temos nada a temer, você também irá jogar contra novos jogadores,” concluiu Miracle.